Sobreviveram cerca de240
mil Hibakusha (sobreviventes de o ataque nuclear)
e eles têm atualmente a idade média de 75 anos. Muitos
carregam doenças devido à radiação recebida, e grande parte se dedica a tentar
manter viva sua mensagem contra as armas nucleares através de palestras e
entrevistas. O número de Hibakusha está diminuindo, e com eles vai se
extinguindo a história dos acontecimentos de 1945. Relutantes em ver suas
memórias morrerem, tentam evitar que isso aconteça com a ajuda da tecnologia
digital.
“Posso até dizer que tive sorte dupla naquele dia. Eu
trabalhava em um departamento do governo a 500 metros do epicentro
da explosão. Mas, por estar doente, estava cumprindo o expediente em outro
prédio, mais distante do local da bomba. E, no momento exato da explosão, eu
tinha ido beber água. Longe da janela, fiquei protegida da radiação. Saí do prédio
coberto de sangue por causa dos ferimentos causados pelos estilhaços de vidro e
fui correndo para casa, que não estava mais lá. No caminho, vi uns meninos
pendurando alguma coisa no corpo. Quando cheguei perto, percebi que seguravam a
própria pele. Nos dias que se seguiram, diziam que viveríamos apenas dois anos,
e que nenhuma planta nasceria em Hiroshima. Como o capim começou a crescer,
pensamos que também sobreviveríamos. E sobrevivemos. Um ano depois, conheci meu
marido e viemos para o Brasil. Estamos juntos há quase 60 anos e temos dois
filhos saudáveis. Mas eu ainda sonho com aquele dia.”- Ayako Motita, Estudante.
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