terça-feira, 31 de maio de 2011

Depoimento dos Sobreviventes

Sobreviveram cerca de 240 mil Hibakusha (sobreviventes de o ataque nuclear)
e eles têm atualmente a idade média de 75 anos. Muitos carregam doenças devido à radiação recebida, e grande parte se dedica a tentar manter viva sua mensagem contra as armas nucleares através de palestras e entrevistas. O número de Hibakusha está diminuindo, e com eles vai se extinguindo a história dos acontecimentos de 1945. Relutantes em ver suas memórias morrerem, tentam evitar que isso aconteça com a ajuda da tecnologia digital.
“Posso até dizer que tive sorte dupla naquele dia. Eu trabalhava em um departamento do governo a 500 metros do epicentro da explosão. Mas, por estar doente, estava cumprindo o expediente em outro prédio, mais distante do local da bomba. E, no momento exato da explosão, eu tinha ido beber água. Longe da janela, fiquei protegida da radiação. Saí do prédio coberto de sangue por causa dos ferimentos causados pelos estilhaços de vidro e fui correndo para casa, que não estava mais lá. No caminho, vi uns meninos pendurando alguma coisa no corpo. Quando cheguei perto, percebi que seguravam a própria pele. Nos dias que se seguiram, diziam que viveríamos apenas dois anos, e que nenhuma planta nasceria em Hiroshima. Como o capim começou a crescer, pensamos que também sobreviveríamos. E sobrevivemos. Um ano depois, conheci meu marido e viemos para o Brasil. Estamos juntos há quase 60 anos e temos dois filhos saudáveis. Mas eu ainda sonho com aquele dia.” - Ayako Motita, Estudante.

Depoimento de Matsushige Yoshito.

“Eu tinha acabado de tomar café-da- manhã e me preparava para ir ao jornal onde trabalhava. De repente, o mundo ao meu redor ficou branco e brilhante, como se tivessem disparado um flash na minha cara. Depois, veio a explosão. A sensação era de centenas de alfinetes me penetrando ao mesmo tempo. Após cerca de 40 minutos, peguei minha câmera, vesti uma roupa que achei no meio dos escombros e saí para a rua. Na ponte Miyuki, encontrei estudantes do Colégio para Mulheres de Hiroshima, mobilizadas para derrubar casas. Estavam cobertas de queimaduras. Puxei minha câmera, mas não consegui apertar o botão. Eu tinha sofrido apenas ferimentos leves causados por estilhaços de vidro, e aquelas pessoas estavam morrendo. Hesitei por uns 20 minutos, até tomar coragem. Lembro que o visor da câmera ficou embaçado pelas minhas lágrimas. Endureci o coração para fotografar. Depois, vi um bonde queimando. Dentro estavam 15 ou 16 passageiros, mortos uns sobre os outros, com as roupas arrancadas. Meus cabelos arrepiaram e as minhas pernas tremeram. Caminhei para tirar uma foto. Não consegui. Havia outros fotógrafos lá, mas nenhum deles conseguiu fotografar. É uma pequeno consolo ter sido capaz de tirar pelo menos cinco fotografias que se tornaram registro daquela atrocidade”.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Depoimentos de Robert Lewis – Co-piloto do Enola Gay.

De acordo com o diário de bordo de Robert Lewis, que foi escrito quando a aeronave sobrevoava o Oceano Pacífico e depois que a bomba foi lançada no alvo, no dia 6 de agosto de 1945.
"Meu Deus, o que nós fizemos!", escreveu Lewis após o lançamento da bomba, às 08h15 do dia 6 de agosto. "No minuto seguinte ninguém sabia o que esperar... O clarão foi intenso. Quinze segundos depois do clarão, houve dois solavancos bem distintos que foram os únicos impactos físicos que nós sentimos."

O co-piloto do Enola Gay relata que só depois foi possível observar o resultado da missão. "Nove décimos da cidade estavam cobertos de fumaça."
"Eu tenho certeza de que toda a tripulação sentiu que essa experiência era mais do que qualquer ser humano podia imaginar possível. Ela simplesmente parece impossível de entender. Quantas pessoas nós matamos?"
"Se eu viver cem anos, nunca vou conseguir tirar esses poucos minutos da minha mente..."

Tribunal de Nuremberg – novembro de 1945.


O Tribunal Militar Internacional foi a abertura dos processos contra os principais criminosos responsáveis, dirigentes do nazismo. Os 24 principais criminosos responsáveis pela Segunda Guerra Mundial foram julgados entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946, na cidade alemã de Nuremberg.
O tribunal de Nuremberg decretou 12 condenações à morte, 3 prisões perpétuas, 2 condenações a 20 anos de prisão, uma a 15 e outra a 10 anos. Hans Fritzsche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos. As sentenças de morte foram executadas a 16 de outubro de 1946, por enforcamento.